junho 25, 2011

5:05 no terminal.

O deficiente caminha pelo terminal aos berros, logo é notado
Entra no ônibus estacionado: “Não vai sair agora não”,
Ria o cobrador. Mas com assombro
Na voz, ele responde: “Me leva pra qualquer lugar”.
Eu senti que aquelas palavras doíam e alegravam
Quem de fato entendesse.

Do outro lado, O motorista
Aquece o motor, faz barulho, treme a lataria toda.
As tiazinhas ficando mais e mais molhadas
Conforme o ronco do motor.
E se invento de acender um cigarro
A velha ao meu lado reclama, aponta pro aviso de proibido fumar
...
Vai tomar no cu, querida velha.
Eu consigo ler o aviso, quem não vê mais é a senhora
Você, velhota, provavelmente vai morrer essa década
Eu ficarei.
Serás cemitério, serei velho
Já teve sua cota,
Tenho certeza que o crepúsculo
E sexo a três
Já são velhos conhecidos seus.

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